SIMCA se refilia à CUT

Em assembleia, categoria vota pela Refiliação à CUT.

LUTA

Marta Bringmann

11/23/20234 min read

O Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha (SIMCA) voltou a se filiar à Central Única dos Trabalhadores (CUT) nesta quarta-feira (22) em Assembleia Geral Extraordinária realizada na Câmara de Vereadores.

A Assembleia juntou a categoria dos servidores municipais para debater e votar o retorno do SIMCA à CUT e contou com a presença de lideranças do movimento sindical da região metropolitana e estadual.

Estiveram presentes o Presidente da CUT-RS, Professor Amarildo Cenci, a Presidente do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul - CPERS Sindicato, Helenir Schürer, o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Cachoeirinha, Marcos Müller, o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Adriano Filipetto, e a Diretora do 22o Núcleo do CPERS-Gravataí, a Professora Leticia Coelho.

A Coordenadora do SIMCA, Valdete Moreira, destaca que “é um momento histórico para nosso sindicato. Refiliar o SIMCA à CUT significa tornar nossa entidade mais forte e amparada pela Maior Central Sindical do Brasil”.

A categoria entende que a CUT tem uma atuação em nível nacional e estadual que possibilita ao SIMCA ampliar a luta e fortalecer as pautas dos servidores públicos do município de Cachoeirinha. Com o objetivo de conectar às lutas nacionais, como as campanhas lançadas recentemente pelo pagamento dos Pisos do Magistério e da Enfermagem, o Enquadramento das Atendentes de Educação Infantil, a defesa dos serviços públicos de qualidade com valorização dos servidores, contra a Reforma Administrativa e a terceirização.

O Servidor da Guarda Municipal de Trânsito, Jair Cardoso, destaca a importância dessa vinculação. "Precisamos de representação lá onde se tomam as decisões, em Brasília, no Congresso Nacional. Nós não podemos ficar isolados das grandes discussões nacionais”, afirma.

Assembleia Geral da Categoria lota Camara de Vereadores. Foto: Matheus Piccini/CUT.

RESGATE HISTÓRICO DAS FILIAÇÕES

Assim que foi fundado, o SIMCA buscou a conexão com a CUT. No início dos anos 2000, o Sindicato realizou debates no Congresso, nos locais de trabalho, e a partir disso, em 2003, a categoria optou pela filiação. Pouco tempo depois, em 2006, a desfiliação é pautada por uma nova direção, e segundo relatos dos servidores sindicalizados à época, não houve debate com a base da categoria, nem ampla participação dos sócios.

A Ex-Presidente do SIMCA e professora aposentada, Olga Justo, à frente da gestão que filiou em 2003, afirma que, para ela, “faz muito sentido que a categoria se unifique com outras categorias. A Central Única dos Trabalhadores veio antes do sindicato e eu honro quem vem primeiro. Foi a partir da criação da Central que os sindicatos renasceram no Brasil a partir dos anos 80, com segurança e força”.

Para a Professora Aposentada e Sócia do SIMCA, Ester Guareschi, “a filiação a esta Central Representava, lá em 2003, e representa ainda hoje, o fortalecimento e a ampliação da luta sindical. Aquele movimento, ora municipal, passa a ter uma abordagem estadual e nacional”.

Foto: Matheus Piccini.

A Gestão Somar, liderada pela Professora Valdete Moreira, desde que assumiu a Direção do Sindicato em 2021, resgata o debate e o legado histórico da luta sindical da CUT em Cachoeirinha, percorrendo os locais de trabalho, organizando os setores em comissões de discussão e trabalho, desencadeando a Assembleia com ampla participação dos sócios e sócias em favor da rearticulação com a Central Sindical.

A CUT

Fundada em 28 de agosto de 1983, completou 40 anos este ano. Presente em todos os ramos de atividade econômica do país, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5a maior do mundo.

O Presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, enfatizou que, com o retorno do SIMCA, fica mais fortalecido o compromisso de lutar pela reconstrução de um Brasil soberano, de direitos para trabalhadores e trabalhadoras, contra os interesses do capital e em favor de um país livre e democrático. "A categoria voltou para a CUT para resistir contra a Reforma Administrativa, pelo fim da cobrança dos aposentados, pela defesa do pagamento do piso nacional do Magistério e da Enfermagem, por trabalho decente e melhorias para a vida da classe trabalhadora", disse.

Professora Adiles Lima durante sua fala em defesa da filiação à CUT na Assembleia. Foto: Marta Bringmann.

Da mesma forma, a Professora aposentada, Adiles Lima, comemora o fato e ressalta a história de luta da Central. “A CUT sobrevive à história do Brasil. Hoje, está aí, forte em nível de Brasil. Cachoeirinha não é uma bolha. Nós vamos refazer a nossa experiência”, afirma.

Dentre os princípios defendidos pela CUT estão de igualdade e solidariedade, tendo como objetivos organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e aposentados, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.